quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Noites Mágicas


Existem noites incomuns.
Noites em que coisas inexplicáveis acontecem e de repente tudo muda: sua perspectiva de mundo, a forma como você enxerga outras pessoas e os seus sentimentos.
Noites mágicas, onde as horas voam, e você esquece que o relógio existe. E qndo percebe que o tempo passou e tudo precisa voltar ao normal, só deseja congelar aquele momento.
Nessas noites tudo é possível.
É tudo tão perfeito que você parece nem fazer parte do mundo.
E a saudade aperta sua garganta. Saudade de algo que ainda nem terminou. Saudade do que ainda nem aconteceu.
E no momento em que voltamos para o mundo real só desejamos estar de novo lá, naquela noite mágica.
Ainda existem coisas belas neste mundo. Estas noites mágicas são uma delas.


sábado, 29 de outubro de 2011

Sobre a dor

“Dor é uma sensação desagradável, que varia desde desconforto leve a excruciante, associada a um processo destrutivo atual ou potencial que se expressa através de uma reação orgânica e/ou emocional.”



A dor é uma coisa que não pode ser evitada.
É algo que você e eu temos em comum. Mas é diferente pra mim, e é diferente pra você.
Você pode ser mais forte do que eu, pode ter mais sorte do que eu. Mas, acredite, a dor chega ao seu tempo pra todos, do seu próprio modo. O melhor que você pode fazer o melhor que qualquer um de nós podemos fazer, é tentar ser honesto. Sinta a dor, deixe ela entrar, e finalmente, sair de você. Não negue, nem aumente ela. Se perguntarem se você a está sentindo, não responda. Uma pessoa que valha a pena, que conheça você, não pergunta. Ela sabe. Porque a tua dor dói nela. É visível pra ela.
Quando eu era criança, achava que era só na morte que se sentia dor. Hoje sei que dor se sente na vida. A maior prova de que estamos vivos é a dor. A dor da perda. Da mudança. Do vazio. Da derrota.
Quando a dor chegar (de mansinho, ou de repente) lembre que tudo pode mudar (de mansinho, ou de repente). É assim que eu faço. Deixo a dor vir, e imagino a alegria que vou sentir quando ela se for. É assim que eu sobrevivo. É assim que se sobrevive.
Eu e você vamos concordar que a pior parte da dor, é que não temos controle sobre ela. Você pode controlar a hora que acorda, o tempo de academia, pode controlar até mesmo outras pessoas, mas não tem controle sobre a dor.
Mas, a pior parte é no momento em que você acha que superou a dor, e ela vêm te atropelar de novo. E sempre, em algum momento, nos deixa sem fôlego.
Não venha me perguntar qual é a dor que sinto. Se você prestou atenção nos parágrafos acima, sabe que eu não vou responder. Não tente comparar a tua dor com a minha. Não me julgue pela dor que sinto. As pessoas por quem eu sinto mais respeito, são justamente aquelas que admitem suas dores. Porque eu, você, elas, todos sentimos dor, mas eu não tenho medo (e espero que você também) de admitir a dor que sinto. Porque eu vivo.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Filosofia de Botequim

Então, de uns dias pra cá ando meio filósofa.
Depois de ler o espetacular Mil platôs de Deleuze e Guatarri, meu mundo mudou.
As coisas adquiriram aspectos diferenciados, e certos conceitos retrógrados caíram por terra.
Descobri que nada é absolutamente verdade ou mentira. Isto depende do ponto de vista. Todos somos errados e certos ao mesmo tempo, isto depende quem é o beneficiado e o prejudicado.
Assimilei também que o conhecimento não é único; cada um o molda de acordo com suas vivências pessoais, com a maneira como enxerga a vida e com as pessoas que o cercam. (Talvez aí esteja a explicação para a formação da personalidade... Mesmo irmãos, criados da mesma maneira são diferentes porque vêem paisagens diferentes da vida...)
Nada no mundo é infinito. Nem o universo o é, porque as idéias, estes seres mutáveis seriam??
Tudo é perecível. Da carne humana ao pensamento crítico.
Felicidade é momento.
Amor é convenção, necessidade do momento.
Vida é tudo e é nada.
O que vou fazer com tudo isso que apreendi?? Nada. Tudo isso simplesmente torna minha vida mais prazerosa.

Você devia tentar...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Depois de um tempo de infertilidade mental e de férias do blog, aqui estou, renascendo das cinzas, como uma fênix.
Passei por algumas coisas bem traumáticas, cometi erros terríveis, fiz péssimas escolhas, quebrei minha cabeça tentando resolver vários quebra-cabeças, e no fim das contas, fiquei sozinha.
Sozinha nos meus pensamentos e ideais. Não sozinha de amigos. Isso nunca! Graças à Deus, os tenho aos borbotões, e posso contar com sua ajuda sempre.
Mas sabe quando você se sente sozinho por dentro? Quando simplesmente falta paz na tempestade do seu coração? É assim que me sinto. Muitas coisas misturadas, tantas que já não sei se existe certo e errado.
Vai saber o que pensar da vida... Ela é tão complexa e infinita, que descobrir o que ela é ou representa é o caos.
Prefiro deixar que os dias corram e as coisas aconteçam...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vidas guiadas pelos trilhos do trem (Parte III)

Casamento de Ramão e Noêmia Maxwell

Em 1972, o conto de fadas dos quatro irmãos foi bruscamente interrompido. Marcado, novamente, pelos trilhos. Por causa de problemas no coração, Noêmia então com quatro filhos, estava internada no hospital de São Gabriel. Ângela e os irmão aguardavam o retorno da mãe na casa de vizinhos quando foram surpreendidos pela visita do tio Raul, chefe dos trens da estação, junto com a esposa. A surpresa logo virou alegria quando os tios disseram que ia leva-los para a cidade. “Eles nos buscaram, nos disseram que estavam nos levando pra ver a mãe. Podiam ter nos dito que ela estava mau, que tinha ido pro céu. Mas, não. Disseram que nós estávamos indo ver a mãe. Nós fomos. E vimos ela morta.” Na época, os corpos eram levados para o velório e o enterro em um carro especial, com rodas de vagão, que funcionava a vapor como os trens. Ângela, na época com 8 anos lembra que esses carros eram muito parecidos com ambulâncias. “Nós fomos levar o corpo da mãe de São Gabriel pra Cacequi e o meu pai não foi. Ele não teve forças pra ver a esposa morta.” Durante todo o percurso, os moradores da localidade vinham até a estrada para ver quem ia ser velado. “Aquele povo todo parado na beira dos trilhos olhando pra gente enquanto o cortejo fúnebre ia passando. Eu e meus irmãos na frente, e o corpo da mãe atrás”.
Ramão, muito fragilizado pela perda da esposa e com a rotina extensa do trabalho na linha férrea, deixou os filhos aos cuidados dos avós Margarida e José Rodrigues, em Cacequi. Em 1976 a família se mudou para Cachoeira do Sul. Ramão então foi buscar os filhos, para voltar a morar com ele, mas Ângela, então com 12 anos ficou para ajudar e cuidar da avó quando ela adoecia. Vivendo longe do pai, dos irmãos e dos trilhos, que por tanto tempo estiveram presentes, a pequena jovem tinha muitas dúvidas sobre o seu futuro. “Será que um dia eu vou ser mãe? Eu ficava pensando” lembra a dona de casa, emocionada.
“O pai lá em Cacequi ficou 10 anos viúvo, quando eu ia visitar éramos só nós e ele. Depois casou novamente, com uma viúva também. Sempre chamei ela de Dona Geni. Ela foi muita boa, ela levantou o pai, fez ele voltar a acreditar na vida. O dois ficaram 19 anos juntos.”  Em Janeiro de 1996, a mãe de Ramão faleceu em Cachoeira do Sul. Seis meses depois, foi a vez de Geni. Sofrendo de asma, quando nervoso Ramão sentia uma dor aguda no peito e novamente não teve força para acompanhar os filhos na despedida das únicas pessoas que, por um breve período, assumiram o posto da falecida mãe.
Em 1984, Ângela conheceu em um baile de Cachoeira do Sul o jovem Erlei, aquele que seria o pai de seus tão sonhados filhos. “Eu vi ele dançando, dando uns pulinhos, igual um cabritinho. Quando ele perguntou se eu queria dançar, eu fui pular também. Pulei, pulei, pulei...”.  E estão pulando juntos até hoje. Dois anos depois, em 19 de Julho de 1986 se casaram. Logo em seguido tiveram o primeiro filho, Cristiano Maxwell da Silva, em abril de 1987. “Meu filho com dois meses e 17 dias fez a primeira viagem de trem”, lembra Ângela, com olhar saudoso e emocionado. “Minha segunda filha, Leticia, nasceu em 1995 e nunca andou de trem.” Os vagões com passageiros circularam pela última vez em 2 de Fevereiro de 1996.
Mesmo após a aposentadoria, em 2001, Ramão jamais deixou de falar sobre os trilhos, cheio de orgulho pelo pedaço da história gaúcha que ajudou a construir com as próprias mãos de apenas nove dedos. Aos oito anos de idade, enquanto olhava encantado para um avião (desde já, era apaixonado pelos meios de transporte) que cortava o céu de Cacequi, a porta de madeira da casa modesta bateu em seu dedo polegar. Por falta de atendimento médico, o dedo foi amputado posteriormente. Viúvo pela segunda vez, Ramão foi levado pela filha Nara para residir com ela em Porto Alegre. Mas, o desejo dele era morar com o filho homem. “Um dia a Nara foi na igreja e o pai pegou as coisas dele e se mandou. Quando ela chegou, nem rastro do pai”. Foi em Canoas, na casa do tão amado filho que Ramão faleceu aos 69 anos com uma forte pneumonia que complicou o quadro de enfisema pulmonar, em 2006.
Ângela recorda com saudade do tempo em que os trilhos do trem estiveram presentes em sua vida. Uma época de muito esforço, manchada por vários momentos dolorosos. “Eu adoro andar de trem. Até hoje se pudesse andaria.” Hoje, toda a malha ferroviária do Estado está nas mãos da concessionária ALL - América Latina Logística, que já não faz mais transporte de passageiros. “Será que aquela estrada de ferro ainda está lá? Um dia eu estava pensando como fazer pra chegar lá. Esse lugar deve estar lá, junto com as minhas lembranças.” Cacequi teve o desenvolvimento impulsionado pela rede ferroviária, hoje o município tem cerca de 16 mil habitantes. Inaugurado em 2001, o Centro da Memória Ferroviária, na extinta Estação Cacequi foi criado com o objetivo de guardar fragmentos desta história. O acervo do museu inclui desde indumentárias dos colonizadores e pioneiros até elementos da flora e da fauna, peças artísticas, livros-ponto com a hora de chegada e saída dos trabalhadores e objetos de uso pessoal dos moradores da época. Um pedaço dos Maxwell que se mantém vivo e a salvo do esquecimento.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Vidas guiadas pelos trilhos do trem (Parte II)

Veja o inicio da reportagem clicando aqui


Na casa humilde, em Lindolfo Waick pequeno distrito de São Gabriel, Ramão era esperado pela esposa Noêmia e pelos quatro filhos. Ângela, Nara hoje com 46 anos, Vânia, 44 e Renan, 48. É daquele vilarejo que Ângela guarda as recordações mais nítidas de sua infância. “O pai trabalhou por todo o Rio Grande do Sul. Eu nasci em Cacequi e fui registrada em Erexim. E eu nem conheço Erexim. De todos esses lugares, eu me lembro mesmo de Lindolfo Waick. Não lembro dos outros, só sei que nos mudávamos muito”.
Enquanto o país digeria o golpe de estado que encerrou o governo do presidente Jango, iniciando um dos períodos mais sangrentos da história brasileira, os Maxwell viviam alheios em meio à linha férrea. “Eu gostava daquela época. A gente dava as mãos e seguia caminhando por cima dos trilhos. Ia e voltava. O brinquedo da gente naquela época era pular corda, brincar de mancha... E a gente também pulava vagão”, conta Ângela, por um breve momento envergonhada pelas travessuras de sua infância. O pai, nas poucas vezes que encontrava tempo para as crianças os distraia com uma paixão que o acompanhou por toda a vida: o carteado. “Só um tal de jogo de truco que meu pai jogava no trabalho, aquele jogo ele não ensinou pra nós. Porque era um jogo grosseiro, tinha que dizer uns nomes feios, esse jogo é pra homem, ele dizia”.
Antigo trole da estação
Nos anos de ouro da ferrovia, o local reunia importantes autoridades nacionais e estaduais num dos mais famosos restaurantes do Rio Grande do Sul. O restaurante da Estação Cacequi recebeu personalidades como Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. O local fervilhava pelo intenso fluxo de pessoas que aguardavam o momento da baldeação de um trem para o outro. Mas, não foi o prestígio que tornou a estação inesquecível para os Maxwell. Além do trabalho árduo e das pequenas travessuras, os trilhos marcaram a vida da família em momentos de alegria e tristeza. Em 9 de Junho de 1967, grávida da filha caçula, Noêmia esposa de Ramão, começou a sentir as dores do parto na pequena casa do interior. Em Lindolfo Waick não existia nenhum posto médico, quando a população precisava de atendimento “tinha que colocar a pessoa correndo em cima do trole e lascar para São Gabriel” lembra Ângela, rindo das dificuldades da época. “Fomos eu, uma vizinha que depois se tornou madrinha da minha irmã e quatro homens que ajudaram a colocar a mãe no carrinho.” Quando o trole se aproximava da cidade, todos perceberam que não havia mais tempo. Vânia queria nascer. “Tiveram que tirar o trole de cima dos trilhos, porque podia vir um trem! Imagina se vem um trem e mata todo mundo?” A lua cheia acompanhou do céu estrelado a chegada de Vânia Maxwell ao mundo. Após o parto, o trole foi recolocado nos trilhos e seguiu caminho, enfrentando a noite fria de final de Outono a caminho do hospital. “Ela nasceu com 900 gramas, no frio, na rua. E viveu. Tem quatro filhos hoje. É a mais corajosa de nós”, fala com orgulho Ângela sobre a irmã, que hoje reside em Pelotas e trabalha como enfermeira...

(Continua)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Vidas guiadas pelos trilhos do trem

A história da terceira geração da família Maxwell, imigrantes ingleses que chegaram ao Brasil por volta de 1880, segue a linha da extinta Viação Férrea do Rio Grande do Sul. Trilhos concertados pelas mãos de Ramão Maxwell, a partir de 1960 quando ele começou a trabalhar na Estação Ferroviária Cacequi, inaugurada em 1890. Seus três irmãos também trilharam a vida seguindo a linha férrea. Raul era chefe de trem. Romeu virava a chave para o trem passar. E Moisés era artífice da rede, o mecânico dos vagões. Todos trabalharam em Cacequi, uma região inicialmente povoada por tribos indígenas. Daí vem o nome do município que significa "Água do Cacique".

No Rio Grande do Sul, a partir de 1905, as ferrovias foram unificadas e se tornaram a VFRGS - Viação Férrea do Rio Grande do Sul. Por vários anos, até 1907, a estação Cacequi foi ponta de linha da ferrovia. Dessa estação saíam trens para Bagé, Rio Grande e Santana do Livramento. Era um importantíssimo centro de baldeação entre os entroncamentos que possuía. A baldeação era feita com todos os passageiros saindo de um trem e entrando no outro. Cada um carregando as próprias bagagens. Em 1913, o núcleo de Cacequi, junto à estação ferroviária, tinha 50 casas e 200 habitantes e iluminação a querosene. E acima das águas do Cacique está localizada a maior ponte ferroviária da América Latina, construída em 15 de Novembro de 1907. Toda metálica a ponte tem quase mil e quinhentos metros de comprimento. Uma das paisagens mais lindas do Rio Grande do Sul, local que traz impregnado em si momentos históricos tanto para o desenvolvimento do estado, quanto para a família Maxwell.
 “Eu to contando pra ti e parece que estou vendo isso tudo”, afirma a dona de casa Ângela Maxwell, 47 anos, que cresceu vendo o pai, Ramão trabalhando na estação. Era uma rotina pesada. Às 6 da manhã ele saia de casa, junto com o sol. “Ele usava botina e macacão. Colocava capote quando estava chovendo, quando não tinha chuva, não colocava. O capacete tinha escrito o nome dele na frente. Era bem parecido com roupa de bombeiro, só que amarelo” lembra Ângela.  Na estação, Ramão encontrava os colegas e ia trabalhar no concerto de linhas danificadas em um trole (espécie de carro, impulsionado por alavancas manuais). “E essa era a rotina. Todo o dia eles iam de trole. Mais ou menos 40 homens. Eles iam naqueles carrinhos linha a fora, para qualquer lugar que tivessem que arrumar trilhos”. Quando o sol estava se pondo era hora do pai retornar para a família...

(Continua)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Passado


Antes de tudo preciso dizer que amo Porto Alegre. Foi aqui que nasci, onde se encontra minha vida e meu futuro. Mas falta algo, e, dia desses, numa viagem à cachoeira, descobri o que é.
Faltam lembranças.
Cachoeira continua tal e qual estava quando a deixei há quase três anos atrás. As mesm as pessoas, as mesmas lojas, a vida cotidiana que se arrasta de forma vagarosa a cada dia. Mas algo estava diferente: eu.
Saí de cachoeira com grandes sonhos, ilusões e objetivos muito bem definidos. Hoje tudo isso foi por água abaixo. Não foi só a cidade que mudou, foram os planos, as prioridades, meu jeito de olhar as coisas.
Mas realmente é íncrivel o que minha antiga cidade me provoca. Os mesmos cheiros, os lugares cheios de lembranças, os velhos amigos que jamais esquecerei.
Foi lá que vivi grande parte de minha vida, onde construí solidas amizades, onde me tornei o que sou. Foi lá que comecei a escrever minha história. Foi lá que tive meu primeiro amor, minha primeira crise de rebeldia adolescente, onde descobri minhas paixões.
Não tem como apagar um lugar assim.
Cachoeira do Sul é uma ode aos meus sonhos que se foram e aos que ainda vi

terça-feira, 21 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Raridades


"Depois do culto de domingo, ela entrou na fila para se confessar.O senhor está com medo de mim Pastor? Eu não tenho medo das pessoas minha filha, é apenas minha obrigação me preocupar com o que meus fiéis fazem de suas vidas.  O senhor gostaria de tomar um sorvete hoje à noite? Ela tinha enlouquecido. Claro que não, e se não tiver nenhum pecado para confessar, peço que dê lugar às outras pessoas da fila. Eu tenho, sonhei com o senhor na noite passada. Isso é pecado não é?" (....)


Tentador. Envolvente. Sedutor. Assim é Raridades - Somente para Adultos.
Leia mais no blog do autor
Raridades é um livro de contos do blogueiro e escritor, Dan Porto.
Será lançado no sábado em Santa Cruz do Sul.
Ficou curioso?
Responda no twitter: o que é raro para você? (com a hashtag #RARIDADES).
A melhor resposta ganha uma edição autografada!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Desabafos

Você já sentiu a presença da solidão? Não, não, acho que me expressei mal, você já sentiu o vazio da solidão?
É aquela sensação que te abafa a garganta, que te atordoa, confunde. É estar entre muitos e não estar perto de ninguém. É não saber pra quem correr num momento de desespero, é enredar-se na própria teia de medos e desilusões, sem partilhar este gosto amargo da derrota com alguém.
É dolorido e venenoso.
Vai corroendo aos poucos, distorcendo a visão que se tem da vida, mostrando-nos o quanto ela é curta e aparentemente sem sentido algum. Talvez possa se pensar que amar outras pessoas além de si mesmo só serve para nos machucar e impedir certas coisas.
É terrivel. Fechar-se em um casulo, ver a vida do lado de dentro, sem vivê-la de fato, ter inveja da alegria dos outros, querer fazer parte de um grupo e não saber como.
Olhar para pessoas que aparentemente tem o mesmo propósito de vida que o seu mas não sentir nenhuma empatia, pelo contrário, sentir-se envorgonhada por querer o mesmo que alguém que talvez se julgue melhor, que talvez realmente seja melhor, mas que de mal para você só faz querer de uma forma menos doentia e mais bela.
Dói ser sozinha, e, descubro agora, relendo estas linhas, amarga. Pior que isso, arranca-me uivos constatar que cheguei a tal ponto. Tornei-me algo que nunca fui e sempre reneguei.
Mas porque esta mudança ocorreu? Porque procuro uma pessoa que jamais vou voltar a ser?
Porque não sigo em frente e me redescubro de uma maneira agradavel, novamente?
Porque não largo tudo, não fujo, porque não admito o que não quero?
Perguntas e mais perguntas. É disso que tem sido feita minha vida nos últimos meses. Mas onde estão as respostas?
Imagino agora que você, que está lendo isso, se pergunte porque escrevo em um blog, onde todos podem ler, sobre sentimentos tão profundos e íntimos.
Simples, caro leitor, escrevo porque talvez alguém que leia este humilde texto possa ter uma palavra que ilumine minha mente perturbada.
Ou não, e isso não passe apenas de um devaneio louco e de uma tremenda humilhação pública.
Que se dane. Quando eu e a Letícia resolvemos fazer este blog, combinamos que seria para escrevermos o que queríamos, sem censura alguma. Lembre-se que a palavra elucubrar significa pesquisar, procurar. E é exatamente isso que procuro; um novo sentido para esta minha vida patética.

"Nada mais vai me ferir, é que eu já me acostumei, com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei, tenho o que ficou e tenho sorte até demais como sei que tens também..."


A simplicidade da vida as vezes me assusta.
Como algo tão singelo como respirar
pode ser tão complexo a ponto
de muitos perderem a sanidade?
Porque a dificuldade?
Porque a sociedade?
Porque, por que, porquê, por quê....

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Devaneios

Você já se sentiu como um barco à deriva, sem saber que rumo tomar?
É terrivel.
Parece que todas as suas possibilidades são irreais demais para serem escolhidas e que, dessa forma, a única maneira é esperar algo acontecer. Mas este é o problema, não gosto de esperar o destino decidir minha vida.
Estou amarrada num emaranhado de tédio e incertezas. Talvez meu problema seja o fato de que sou assumidamente viciada em emoções. Preciso sofrer, rir, me apaixonar, me emocionar, constantemente, a cada dia, sentir coisas fortes e avassaladoras para viver(ou apenas me sentir viva).
As vezes tenho vontade de ser uma nômade, com uma mochila nas costas explorando o mundo e todas as suas possibilidades. Outras vezes ter uma família e ser o tipo de matriarca que reune a família toda me agrada mais. Tem ainda a vontade de casar com minha arte e me dedicar somente à ela.
Mas entre todas estas possibilidades, não consigo escolher a certa.

"Não queria te ver assim, quero a tua força como era antes
O que tens é só teu e de nada vale fugir e não sentir mais nada..."

Difícil viver. Difícil e fácil. A vida na verdade é uma grande piada, uma verdadeira contradição. Na mesma proporção em que é simples, bonita e delicada é complexa, intempestuosa e imprevisivel.
Nestas horas de confusão mental, sempre acabo pensando nas coisas que me fizeram quem sou, nos ideais que me trouxeram até aqui e nas pessoas que me marcaram profundamente. Engraçado como algumas passaram por minha vida tão rápido mas deixaram raízes profundas.
Vejo hoje que tenho um pedacinho de cada uma em mim. Acho que todos temos um pedaço de todas as pessoas que conhecemos. Faz parte da construção do caráter, acho.
Mas enfim, gostaria que algumas destas pessoas, duas em especial, pudessem estar comigo sempre, como sementinhas no meu coração. De uma sei que tenho a amizade eterna. Da outra já não sei mais porque fizemos parte da vida uma da outra e não sei se sua presença já teve um fim em minha existência, mas honestamente, gostaria que não.

"As vezes parecia que de tanto acreditar, em tudo que achávamos tão certo,
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais,
Faríamos floresta do deserto..."

Acho que neste momento existe um deserto dentro de mim.






*Quem mais falou ao meu coração...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Alquimia Culinária


Amo cozinhar. Sério, para mim, cozinhar é uma espécie de ritual de limpeza da alma.
Os temperos me acalmam, o cheiro dos alimentos me acalenta, o sabor quente da comida me aquece.
Cozinhar é uma arte para poucos, porque exige paciência e dedicação.
Estes dias vi Julie & Julia, um belo filme com a maravilhosa Meryl Streep, e me encantei mais ainda pela culinária. Fabuloso ver onde o amor e a persistência chegam.
Quem disse que para ser um chef você precisa ter passado por um requintado curso em Paris?Nada, precisa-se apenas de amor.
Cada receita que elaboro, faço pensando nas pessoas que vão comer, se elas gostarão, se vai fazê-las felizes. Porque cozinha é isto: uma alquimia pura de essências mágicas.
Juro que me sinto uma feiticeira, mexendo panelas que mais parecem caldeirões, medindo a quantidade exata de ingredientes, como se cada grama a mais que eu pusesse fosse dar um efeito diferente.
Enfim, adoro cozinhar, porque adoro fazer as pessoas felizes, e não há nada que faça alguém se sentir melhor que deliciosos Cookies de chocolate numa tarde chuvosa.






*Aí está minha receita de chuletas de porco ao vinho branco. Apetitoso, não?

segunda-feira, 23 de maio de 2011


Ontem, passeando pelo bairro onde moro e tirando fotos, percebi o quanto a vida é simples e bela...



domingo, 15 de maio de 2011

Falamos o Novo Latim


"Um livro de português distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) para quase meio milhão de alunos defende que a maneira como as pessoas usam a língua deixe de ser classificada como certa ou errada e passe a ser considerada adequada ou inadequada, dependendo da situação."

(Site do Jornal Nacional: http://migre.me/4y7Vr)

Saiu em vários meios de comunicação e causou polêmica. Como pode o Ministério da Educação admitir que a gramática seja desvalorizada e que nós, meros mortais, deixemos de ser seus escravos?
Pois bem, sei que isto causará frisson e descontentamento, mas faço prevalecer o direito de opinião: concordo com o MEC.
Porque? porque a lingua portuguesa é, em sua maior parte, obsoleta.
Quem de nós usa nossa língua com todo seu esplendor no vocabulário cotidiano? Ninguém.
E, num país em que grande parte da população é analfabeta funcional, o que prevalece, o uso parnasiano e formal da linguagem ou sua praticidade, ainda que errônea, m
as que consegue comunicar?
Afinal, vale mais a bela e perfeita orátoria que nada diz, ou a gíria, que consegue "enviar" a mensagem?
Isto me faz lembrar um texto do escritos Luís Fernando Veríssimo, onde o mesmo afirma que "A linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de
princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo."
O Português, caros leitores, é um idioma condenado à morte.
Quem viver verá...



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Acho que a vida é uma árvore

A de algumas pessoas tem raízes profundas, firmes, fixas. Outras têm raízes pequenas, que adoram dançar pela terra, sempre buscando o lado mais ensolarado.  Algumas raízes se encontram, ganham força se entrelaçando umas as outras. Algumas buscam desesperadamente por isso, e acabam não encontrando, ou encontram, superficialmente. Nem sempre os encontros são sinceros, ou definitivos. Mas, todas correm o risco. Quem disse que árvores não tem medo de solidão?
Tem aquelas que se curvam ao menor vento e tem as que não se abalam por nada. As que têm um caule forte abrigam muitas outras nele. Algumas são felizes assim, outras nem tanto. Surgem então folhas e vidas secas. As árvores são sensíveis a parasitas.
Cada uma tem a quantidade de galhos que merece, ou que aguenta. Tarefa difícil essa. Imagine equilibrar igualmente todos aqueles galhos? A árvore pode estar muito bem, aproveitando a brisa, sem perceber que um galho está prestes a cair, que outro está apodrecendo, que aquele mais novo está machucado. As árvores não vivem sem equilíbrio.
E as folhas? Se eu fosse uma árvore minhas folhas seriam soltas! Queria que elas voassem pelo mundo, levando pra todo lugar um pedacinho de mim. As árvores sempre se deixam levar pelo vento.

* O vídeo é parte de um documentário especial da National Geographic sobre as melhores fotografias publicadas. O fotógrafo Michael Nichols fotografou uma Sequoia milenar, na Califórnia, com 90m de altura. Foram tiradas 84 fotos para compor o mosaico, que forma a árvore inteira.

domingo, 1 de maio de 2011

O Que é Justiça?

Nesta madrugada o mundo recebeu a notícia, pelo próprio Presidente Obama, de que Osama Bin Laden, o maior terrorista desta última década, está morto.
A reação dos americanos foi polêmica, pois, logo depois do anúncio oficial, uma verdadeira multidão reuniu-se em pontos importantes dos EUA, como a Casa Branca e o Marco Zero, local onde ocorreram os ataques de 11 de setembro.
Fiquei incomodada com a festa da população. Não porque ache que a morte de Osama foi uma coisa triste, ou porque ache que mesmo ele não merecia. Me incomodou porque a vingança parecia o objetivo maior da vida de todos. Me inocomodou porque os americanos não lembram das famílias muçulmanas que também sofrem
com a guerra.
O que me pareceu foi que a morte do inimigo número 1 da américa veio mais para "lavar a alma" daqueles que perderam seus entes queridos, do que propriamente evitar novos ataques.
Algo que me pergunto, neste momento, é no que exatamente isso muda a vida das pessoas
que perderam seus familiares no atentado. Tudo bem, a sensação de "justiça foi feita", imagino eu, deve aliviar o sentimento de dor, mas isso vai trazer as pessoas amadas de volta?
Será que foi mesmo justiça?
Será que isso não é mais ruim do que bom?
E as consequências desta morte?
E os muçulmanos, que continuam no
olho do furacão, ao contrário dos americanos?
Afinal de contas, o que é justiça?
Justiça é castigar um monstro, de forma tão violenta quanto o próprio?
Justiça é justiçar com as mesmas armas?
O que é isso, meu Deus? O que queremos?
Será que a humanidade está assim, tão perdida?????
O que significa Justiça?
Resposta:
Classificação morfossintática:
- [justiçar] verbo presente do indicativo 3a pes singular .
- [justiçar] verbo imperativo 2a pes singular .
- [justiça] substantivo fem singular .
Sinônimos: correção verdade legitimidade direito competência correiçãoimparcialidade
sensatez virtude o certo a quem merece .
Antônimos: injustiça trapaça simulacro insensatez desequilíbrio tripúdio .






Antônimo de justiça:
Tripúdio.

sábado, 30 de abril de 2011

Pelo Direito de Ser Feliz

Odeio homofóbicos.
Odeio porque não entendo como podem esxistir pessoas tão ignorantes e tapadas.
Odeio porque eles, em sua maioria SÃO gays que não tiveram a coragem de sair do armário e, por isso, tem medo do que os homossexuais representam.
Esta discussão anda na moda.
Quem é fã de Glee, por exemplo, sabe que na segunda temporada o brutamontes Karofsky persegue nosso querido Kurt pelo fato deste ser gay. Mas o que acontece quado Kurt o enfrenta? Surpreendentemente ele beija o garoto, mostrando que na verdade sua agressividade representa sua falta de coragem em assumir o que realmente é.
Para você, que lê este blog e é gay, lésbica, bi, ou que ainda não se assumiu, saibam: A melhor coisa do mundo é ser você mesmo. É lindo você não ter vergonha do que é, porque isto não é errado.
Ser feliz não é errado.
E para celebrar esta colcha de retalhos diferentes que é o mundo, uma música que cai bem com o assunto:


terça-feira, 19 de abril de 2011

Sobre as pedras que colhemos

Nada mais preciso do que a Lei de Murphy.
Meus últimos dias têm sido horríveis. Coisa ruim após coisa ruim.
O banco que desconta dinheiro a mais, a colega de trabalho que complica minha vida, minha sogra que parece me odiar a cada dia, a lente de contato que rasga, os problemas da minha família e a cereja do bolo, minha demissão do melhor lugar que já trabalhei na vida em conseqüência de uma situação na qual era inocente.
Tenho tudo pra desanimar, pra cair, e confesso que desvaneço, mas não baixo a cabeça.
Acredito em acaso, e sei que as coisas ruins fazem parte da vida e que tudo acontece por uma razão. Tudo está interligado.
Acho que cresci. Descubro-me cada vez mais mulher, dona do meu nariz, com responsabilidades, problemas, e que tem que enfrentá-los, embora não saiba bem como.
Tenho aprendido.
Aprendi que a paciência ganha da força, e que no final, apenas os justos e sábios ganham dos infortúnios que os perseguem (Bendito seja Brecht com seu conto mágico e meu professor Chico, que coincidentemente, na semana em que meus inúmeros desastres aconteceram, trabalhou com o mesmo).
Engoli sapos, como jamais imaginei que engoliria. Aguentei na carne a dor da desconfiança, a acusação mentirosa e a consequência esperada, justificada, compreendida, porém injusta.
No final das contas, apesar das coisas ruins, da frustração, do esgotamento psicológico e das lágrimas, estou orgulhosa de mim mesma.
Sou uma mulher forte, dona da minha vida, que consegue superar os obstáculos. Sou teimosa, não desisto, mas estou mais sábia, ponderada, paciente.
Afinal, quem ganha no fim, Davi ou Golias?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dia do Beijo

Comemore o dia do beijo, beijando!


" A única linguagem verdadeira no mundo é o beijo"
Alfred de Musset

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cultura Pra Alimentar a Alma, Não o Ego

Quero manifestar minha mais profunda tristeza pela cultura cachoeirense.
Dia desses, conversando com meu bom e velho amigo Rogerio Mielke, discutíamos sobre o panorama cultural de minha antiga cidade. Decadente, é a única palavra que pode dscrever tal situação.
Tenho orgulho de dizer que fiz parte de um movimento pró-cultural cachoeirense. Integrantes do grupo Fim da Linha foram vistos como contestadores da arte comercial e repetitiva que circulava na cidade, fomos rebeldes, vanguardistas, provocadores.
Nosso grupo, de forma muito natural, passou a ser a âncora de uma nova forma de arte que nascia na cidade.
Peças fortes, com temas polêmicos, que cutucavam a mente dos espectadores.
Alçamos vôo. Mostramos ao que viemos. Conquistamos território, levando sempre o nome de Cachoeira do Sul.
Mas infelizmente o grupo acabou. Depois disso, alguns poucos sobreviventes tentaram levar a arte de forma corajosa ao povo, mas o tempo acabou por separar-nos.
O que restou? Nada. Da força não ficou nada.
As artes voltaram a ser banalizadas, o ego voltou a reinar com a politica de que a nobreza do nome, ou a fama do dinheiro é melhor que o conteúdo da arte sincera.
Aos cidadãos cachoeirenses pergunto: É isso que vocês querem? Uma arte mastigada? Uma pseudo-arte? Vocês querem pensar ou se deixar levar?
Àqueles que responderam NÃO a maioria das perguntas, eu convido a lutar, a fazer a diferença.
Você escreve poemas? PUBLIQUE-OS!
Você compõe musicas? CANTE-AS!
Você encena? ATUE!

Vamos juntos lutar por uma Cachoeira mais culta, mais formadora de opiniões e mais inteligente!



*Antigo Grupo de Teatro Fim da Linha, coordenado pela Maravilhosa e inesquecível Bebel (No centro, abaixada)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quinta-Feira, 7 de Abril de 2011, 8h:30min

O que você estava fazendo? Dormia? Sonhava? No Rio de Janeiro, naquele momento, sonhos eram interrompidos.

Wellington Menezes de Oliveira. 23 anos. Cursou o ensino fundamental de 1999 a 2002, bom estudante, nunca repetiu de ano. Filho adotivo, caçula de cinco irmãos. O pai morreu há cinco anos e a mãe, há dois. Em 2008, ele trabalhou no almoxarifado de uma fábrica de salsichas. O jovem pediu demissão em agosto do ano passado. Segundo funcionários, era um jovem de poucas palavras.

Ontem, ele retornou a sua antiga escola, Escola Municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, conversou com uma antiga professora atirou em salas de aula lotadas e depois se matou. Levou consigo 12 crianças. Em uma carta deixou instruções para seu enterro   “Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas”.


"Sempre tímido, aquele mesmo comportamento calado, nunca foi de ter amizade. Uma vez ou outra jogava bola aqui, mas era muito difícil. De uns tempos para cá nem isso", contou a vizinha Vanessa Nascimento. "Ele saía e não falava com ninguém: era de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Não falava com ninguém. Era ele no mundo dele", relatou outra vizinha. "Só curtia internet, como falava. Ele ficava só na internet, mais nada", comentou o vizinho Fábio dos Santos.

Há 8 meses, Wellington se mudou para outra casa, em Sepetiba, também na Zona Oeste do Rio. O imóvel foi herança do pai: “existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço onde eu passei meus últimos meses seja doado a uma dessas instituições, pois os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se comunicar” (…)

Não entendo o que o motivou a fazer isso. Bullying? Religião? Doença? Nada é motivo para tamanha atrocidade. O que estava dentro daquele jovem, que pode ser qualquer um, ainda está solto. O que ele carregou consigo a vida inteira ainda está presente. Pulsando. Ontem chorei pela dor de pessoas que nem conheço. Chorei pelo mundo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Nos tempos do João Neves

Hoje, trocando emails com minha grande amiga e companheira de blog, Letícia, senti saudades de uma época não tão passada; Meus tempos de João Neves (a amada escola em que estudei por muitos anos e na qual concluí meu ensino básico).
Fortes foram as amizades que por lá fiz, as situações engraçadas, os estudos, as colas na prova...
Conheci pessoas que serão eternas no meu coração, como a Beth, nossa eterna vice-diretora, aMariângela, que por muito tempo foi
orientadora pedagógica, o Getúlio, meu ilustríssimo professor de História que também foi meu tutor, meus colegas de farra, Azedo, Fábio, Padeiro, Sancho, Jurandir, Pinta...
Não posso deixar de citar minha super liga de amigas, que até hoje, apesar da distância que nos separa, continuam presentes na minha vida; Mari, Letiele, Cris, Fernanda, Lu, Cássia, Indi...
Por lá também começaram amizades homéricas, com pessoas que serão eternas em minha vida: Bebel, Taci e, claro, Lethy.
Foi lá que passei meus momentos felizes, que vivi rodeada de amigos, que aprendi coisas da vida, que decidi minha profissão.
Foi com todas estas pessoas aqui citadas que aprendi a viver, que descobri o que é importante na vida, que fui feliz.
À todos estes saudosos amigos, minha gratidão por me darem um pouco do melhor.

*Um dos momentos mais clássicos de qualquer turma de terceiro ano no meu adorado João Neves, quando os meninos se vestem com as roupas das meninas e vice-versa.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Quanto pior, melhor


Vídeos na internet consagram talentos duvidosos

*clique nos links para ver os vídeos

Stephany Absoluta , Meninos da NetReginhoRebecca BlackDentinho... são os “talentos” que conseguiram a tão sonhada “fama” através do YouTube, site que permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital. Fundado em fevereiro de 2005 o site revolucionou a rede.
Antes de seu lançamento, havia poucos métodos disponíveis para os usuários postarem seus vídeos na Internet. Com sua interface de fácil uso, o YouTube aproximou o internauta, tornando possível a qualquer um, fazendo qualquer coisa, ser visto por milhões de pessoas em poucos minutos. A grande variedade de tópicos cobertos pelo canal tornou o compartilhamento de vídeo uma das mais importantes partes da cultura da Internet.
Há alguns anos os vídeos virais (aqueles que adquirem um alto poder de circulação na internet alcançando grande popularidade) tem uma característica em comum: são péssimos. Quanto pior, melhor.
Sem um pingo de vergonha na cara, as “estrelas do YT” caem, cantam, dançam, matam a mãe e xingam a imprensa, fazem paródias,clipes, sátiras, quebram um dente, pedem pro Pedro devolver o chip. Enfim, dão o máximo de si, demonstrando toda sua cara de pau. E nós, internautas, desperdiçamos nosso precioso tempo de navegação rindo deles!

Para explicar este fenômeno, vamos tomar por exemplo todo o talento de Stephany Absoluta. A garota do Cross Fox colocou a cara a tapa na rede em um clipe muito original. Alguns usuários divulgaram o link exaustivamente até que ele chegou a você, leitor. Você, com todo seu bom (rindo muito) mandou pra mim o link do vídeo por email. Quando eu olhei o vídeo, meu irmão viu também e comentou com um amigo que resolveu fazer uma paródia...
As críticas que a moça Absoluta recebeu, só serviram para torna-la ainda mais famosa e polêmica. E esse ciclo vem se repetindo a todo o momento. E ela não cansa.  “Falem bem, falem malenfim. Mas falem de mim.” Afirma a própria em seu segundo grande hit Falem de Mim.
Mas, o troféu do ano, na minha opinião, vai para Geyse Arruda. Ela se auto promoveu em cima de um vídeo em que é alvo de bullying na faculdade que estudava. Com o dinheiro do processo transformou a aparência, posou nua e tenta, desesperadamente se manter na mídia com pequenas polêmicas que causa no twitter
Veja abaixo o novo clipe de Stephany!

E você? Conhece algum novo talento?